domingo, 27 de fevereiro de 2011

Angústia




Se existe alguém nesse mundo que se afogou  em seus sentimentos, sinto que estou à beira de ser a próxima da lista. Existem coisas que venho guardando: são pensamentos, traduções, sentimentos, rejeições, alguns desapontamentos, cenas de drama, alguns ataques de ciúmes e uma pitada do sal de algumas lágrimas. Venho caminhando em passos lentos, tenho demorado a dormir e delirado em imagens absurdas. Pensamentos que insistem em abusar de mim e da minha sanidade. Sinto que estou doente. Doente do coração, doente da cabeça. Li em algum lugar que o melhor lugar da mente, está no coração. Meu problema é aí, doutor. É aí que está doendo. É uma dor contínua, às vezes só lateja. É bem contraditória.

Meu próprio diagnóstico é que devo me controlar. Percebi ao ouvir suas palavras. Você estava seco e frio.  Acho que além de me incomodar, eu venho incomodando você, tenho cutucado seus valores, colocando à prova seu caráter e sem nenhuma vergonha na cara eu tenho duvidado das suas palavras. Uma louca e dissimulada, e vivo assim, escondendo de você o que guardo aqui no coração.

Sinto-me no dever (como quem tem uma enorme necessidade) de parar de fazer cena e confiar mais em mim mesma. Quem sabe assim, confio mais em você e em nós dois. Não quero ferir você assim como faço comigo. Sou mais forte e mais compreensiva do que você em relação aos meus medos e angústias. Às vezes tenho medo de te contar, não gosto de ser julgada.

Devo dizer que não acho que você tenha razão – e olha que na maioria das vezes você tem. Mas os meus sonhos, a minha realização de vida não é assim tão material como você pensa. Acontece que meus desejos espelham o que eu vivi, e para me sentir inteira e resolvida eu preciso estar em paz comigo, preciso sentir uma certa liberdade, sentir que existem coisas que são verdadeiramente minhas e ter a certeza de que consegui pelo meu esforço. A gente precisa conseguir certas coisas sozinha. Eu preciso ser um pouco sozinha.

6 comentários:

Fabi Penco disse...

Nara, eu acho que estou doente tmb.
'Tenho andado distraído, imapciente e indeiso e, ainda estou confuso só que agora é diferente'
Meu último post reflete um pouco a insanidade.. Um amigo disse que isso é sério. Pq me tornei um pouco antisocial,calada( o que é estranho pq sou falante).
Aff! isso é sintomas de que?
bjos

Anônimo disse...

Putz, como te entendo!! Isso poderia ter sido escrito para mim, se fosse um tempo atrás.. ;)
Mas realmente, quando passamos a confiar mais em nós mesmos, fica mais fácil de confiar nos outros.

Beijos

Iandê Albuquerque disse...

Olá, maravilhoso, texto bom de ler. blog bom de passear. parabéns. Estou lhe seguindo, e lhe convido a visitar o meu, www.iandeee.blogspot.com ^^

Erica Vittorazzi disse...

Acredite, você machuca mais a si mesmo do que a outra pessoa. Mas, para aprender a se controlar, requer tempo e paciência...

beijos

Rebeca Amaral disse...

Por isso é tão difícil à vida a dois. Sempre quando se chega ao limite, onde tanta proximidade chega a contaminar, envenenar; a gente vê o quanto é importante saber dividir as coisas. Porque além de parte de um casal; somos indivíduos independentes e, de certa forma, temos o nosso espaço vital. Isso é tão complicado...
Espero que cê se resolva.

Um beijo.

Déia disse...

Ai minha querida!

Essas angustias acabam com a gente, né?
Vamos conversar, se eu puder te ajudar, será um prazer!
bjs e saudades

Aviso

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