quarta-feira, 8 de maio de 2013

Como (não) sou




Eu não sei exatamente como sou. A cada dia eu me descubro um pouco e me surpreendo – para o bem ou para o mal. Sou absurdamente humana, taxada como animal racional: eu penso, eu falo, a linguagem me move. Sou filha, ainda não sou mãe, sou namorada, amiga, ex-amiga, sobrinha e neta. Estudante, estagiária, responsável, morena, baixa, irresponsável, inconstante, namorada, mal humorada e engraçada.

Não sei qual a parte de mim você conhece e talvez não conheça nenhuma. É como se vestisse uma saia longa e para cada um eu encurto ou alongo o pano florido. Não sei sair por aí mostrando minhas pernas e andar para todo mundo, não me mostro por inteira nem para mim. É um eterno renascimento. Diversas personalidades, diversas opiniões.

Somos diferentes, eu sei, você sabe. Sabemos, mas ainda assim me assusto. Ainda sentada na mesa do bar com minha mente mais livre das algemas do que não pode ser dito, eu fico com cara de pamonha e descubro que verdades essenciais para mim não são absolutas, que a base dos meus valores são balançados por goles de cerveja e eu perco o fôlego.  Perco minha bússola mental, perco um pouco de mim, ganho um pouco dos outros e renasce ali, imediatamente uma pessoa assustada. Embasbacada pelas frases. Ser bobo e ser esperto são coisas misturadas e envolvidas, mesclados e destruídos. O bobo e o esperto podem ser facilmente vistos como idiotas. 

Nenhum comentário:

Aviso

As imagens usadas neste blog são retiradas do nosso amigo Google. Caso seja uma imagem sua, peço que me comunique, assim, colocarei os direitos. Obrigada. Peço sua compreensão.