Tenho me sentido
uma chata, inconstante e que até tenho tido comportamentos mimados. Sei que
você se assusta quando eu aumento o tom da voz, falando tudo muito rápido, bem
daquele jeito de quando fico nervosa. Sei que você pensa em me abraçar na hora
e que você me abraça até em horas que eu não espero e por isso fico
desconsertada dizendo que preciso procurar isso ou aquilo. E sei que você gosta
de ficar quietinho, na sua e que quando eu passo por você, logo ouço um Ei, vem
aqui. Vem me amar. Eu vou.
Fico
completamente agoniada e com a alma inquieta quando você se veste de silêncio.
Acho que meus olhos dizem, mas nem sempre você pode ver. Fala comigo, me diz,
conta pra mim, me dá essa sua mão, coloca sua cabeça no meu colo, deixe que eu
seja completamente sua amiga. Duas cabeças pensam melhor do que uma. É que eu
tento a todo custo me mostrar – e é caro. É que você tá tão tranquilo, tão calado.
Eu fico com medo, essa falta de som é tão preto e branco. Fica faltando, talvez
seja a cor.
Você diz que eu
sou doce. Eu com todos os meus gestos exagerados, quedas e tiques, meu
neuroticismo aguçado e você ainda me olha com amor. Eu sempre me
impressiono. Você que é ímpar e dono de
uma energia incrível. Alguém que canta alto, sem vergonha, faz caras e bocas e
que nos olhos tem espontaneidade – acho linda a rapidez da espontaneidade.
Perspicaz. Jeito próprio de andar e de beijar. É que eu ainda fico sem jeito
quando você desembesta a falar e questionar, pausando como quem pede mais. Eu que
sempre fui de se acostumar, que deixa passar, que finge não ver, que
tampa-o-sol-com-a-peneira e você cutuca meus pensamentos tirando toda a polpa,
toda gota, encontrando todo o amor nas palavras.
Um comentário:
Ser olhada com doçura e amor por alguém, mesmo depois de todos os nosso defeitos... isso é lindo.
Abraços
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