sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Outro corpo

Eu que não sou viciada, queria alguma bebida. Eu que não fumo queria um cigarro. Eu que sempre fui eu, quis ser outra. Eu que dizia que era corajosa, tive medo. Eu que sempre quis, implorava por um não, um basta. Só queria ficar quietinha, quentinha, estava procurando por um canto aconchegante, desses que a gente arruma só pra se sentir abraçada. Mesmo que seja por panos.

É só mais uma situação, mas das boas. Daquelas que você olha, analisa, procura as saídas, vê nas hipóteses mais problemas e admite covardemente que vai deixar como está. Afinal, em algum momento algum idiota gritou que o tempo iria resolver e curar tudo. Ele é o melhor remédio.

Que tempo é esse que age por si só? Que tempo é esse que leva as águas embora? Que poder tem ele. Vai me fazer esquecer o que por hoje realmente parece inesquecível e resolver o que agora parece não ter solução. Que tempo é esse? Olhando assim de longe e exigindo respostas rápidas, acho que esse tempo é curto demais, pequeno demais, frágil demais. Olhando assim de longe ele vai precisar de mim.

Um comentário:

Luna Sanchez disse...

Ah, Nara...esse texto me fez arrepiar da cabeça aos pés!

Ainda que traga um certo conforto momentâneo, a idéia do tempo autônomo também traz revolta : quem ele pensa que é, afinal?!

Não posso deixar de oferecer uma trilha para o teu post :

http://www.youtube.com/watch?v=bIyXDoXKpNY&feature=related

Amo essa música, senti vontade de compartilhar contigo.

Dois beijos de domingo, querida.

ℓυηα

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