quinta-feira, 2 de julho de 2009

A pinha

Quando me vejo na bagunça penso na minha organização, ou na minha falta de organização. Foi o que aconteceu quando eu estava na porta do curso: Fui toda serelepe e apressada (apressada porque tinha parado em algumas lojas para comparar preços, mesmo sabendo que estava atrasada) pegar meu crachá que estava escondido e perdido em algum canto da minha enorme mochila e percebi as inúmeras coisas inúteis que guardo ali dentro. Veja bem, não falo de papéis, porque esses eu costumo jogar dentro do caderno, eu falo de uma pinha. Sim, tinha uma pinha na minha mochila.

O pensamento foi bastante rápido, o que a pinha estava fazendo ali, logo ali, atrapalhando minha entrada para aula? Aí eu me lembrei, eu ganhei aquela pinha. Uma garota que faz cursinho comigo, disse que sou uma pinha e carinhosamente me presenteou com um estróbilo, aquela inflorescência compacta, aquela pinha mesmo. Um objeto pequeno, marrom, sem cheiro, sem brilho... É, vai ver sou eu. Mas a questão não é essa.
Juro que pensei em jogar fora, pensei em deixar na estante (mas aí minha mãe jogaria fora), pensei em devolver, mas a conclusão foi deixar a pinha ali dentro da minha mochila mesmo. Como vou jogar fora uma lembrança? Foi importante, fez parte da minha aula de biologia, aquela que adoro tanto (e eu não estou sendo irônica).

E é assim que eu sou com a maioria das coisas, essa mania besta de guardar tudo. Essa mania de querer deixar tudo comigo, de ver detalhes em coisas mortas ou não tão mortas. Esse apego pelas coisas que ganho. Se ganhei foi porque alguém lembrou de mim, se lembrou de mim é porque você gosta muito de mim e eu gosto muito de você, se gosto muito de você, não vou jogar nada fora. Talvez eu guarde um papel de bala dentro da agenda... Ainda tenho aqueles bilhetinhos da sexta série, ainda guardo as cartas extremamente dramáticas onde só fazíamos reclamar da nossa difícil vida de pré-adolescente.

A verdade é que não quero perder as coisas que vivi, todas foram essenciais, tão especiais, tão minhas. Por que jogaria fora? A resposta vem logo em seguida: Você não precisa de objetos para lembrar de certa época, fica tudo guardado na memória, por menor que ela seja. Momentos bons, ruins, basta se olhar no espelho, lá estão eles. Apresento a você a forma mais bonita de guardar lembranças, você mesmo. Um grande baú cheio de vida e novos segredos.

3 comentários:

Marcela disse...

Ah! Eu tbm tenho minha caixinha de lembranças! São tantas cartinhas fofas, tnta gnt q me recuso a esquecer. Fora os meus um milhao de enfeites de quarto, nunca comprei nenhum, e cada um tem sua historinha. Acho que os enfeites sao minhas pinhas hauahau

=*

Ana Elisa disse...

ainda guardo as cartas extremamente dramáticas onde só fazíamos reclamar da nossa difícil vida de pré-adolescente. [2]

Mais da metade das cartas que eu guardo são suas! :P

Del Lopes disse...

Mas afinal, tu guardou a pinha ou não guardou a pinha?! Vai ter continuação? Tipo "A Pinha 2 - A Revolta dos Pinhões"... ah, não... não gostei do final desse, eu quero saber o que aconteceu com a pinha! :P

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