sábado, 20 de junho de 2009

Contando moedas

Quando se é criança lidar com os problemas é muito mais fácil. Isso porque a mente ainda é limpinha, novinha, as idéias claras, os problemas pequenos, e geralmente sorvete e chocolate são ótimas soluções. Caso o problema seja maior, chame o administrador, a Senhora Mamãe. Aquela moça, que sem dúvidas é a mais bonita, a mais habilidosa e a mais corajosa.

Mãe tem solução pra tudo, sopradinha pra machucado, beijinho no dedinho, colo quentinho, café gostoso no fim da tarde. E eu peço colo até hoje, definitivamente é o melhor calmante, é amor de verdade, sem poréns, sem talvez, com eterno, com saúde, com doença, felicidade ou tristeza.

As crianças conseguem enxergar as coisas de modo mais simples e bonito. A inocência é realmente é muito bonita. Pele branquinha, cabelos loiros com longos cachos nas pontas e usando sempre um vestido branco. Mas hoje em dia até acho graça da quase inocência de uma criança. É fácil ver isso, eu mesma fui assim. Quase uma geração Cuide Bem Do Seu Dinheiro. E pra criança gastar dinheiro é uma maravilha, qualquer dez reais é uma fortuna! É bala pra vida inteira, que na verdade só dura uma hora. Juntava tudo na minha bolsinha e queria mostrar a todos o quanto eu estava poderosa.

Com o passar do tempo e da idade, o dinheiro vai ficando apertado, ir pra casa da avó não é mais sinônimo de dinheiro no bolso. O cofrinho, que antes era o astro da perversidade infantil nos domingos em família, não é mais preenchido de moedas dos tios e tias. O dinheiro do lanche que antes era gasto com figurinhas, pirulitos e todas as coisinhas vendidas na porta da escola, nem existe mais. O que existe são contas e muita vontade de comprar.

Vontadezinha ingrata. Gostava mais quando eu me contentava com um chiclete que tinha figurinha que virava tatuagem. Agora quero livros, roupas, viagens, cursos, eu quero o mundo todinho pra mim e dentro do meu guarda roupa! E eu acho que isso eu não posso comprar. Nem um Mastercard eu tenho...

As crianças de hoje estão Anos Luz na nossa frente. Muita informação sobre dinheiro, pra todos os lados que os nossos “girininhos” desloquem seus olhos estão propagandas, compre, gaste, venda, faça render, estude e seja rico, reality show que dá um milhão, procura de emprego e até crise mundial. Não é uma loucura? Pisquei e ouvi meu primo de 10 anos dizer que ia vender as figurinhas repetidas. Eu trocava todas. Inocente, nada empreendedora. Eu me senti tão medieval!

Vejo futuro nisso: jovens cheios de dinheiro e com Síndrome do Tio Patinhas. Não que a minha geração seja muito diferente, fomos nós que começamos isso, mas digo que também fui influenciada.

Gostar de dinheiro é normal, almejar também, o que não pode é deixar a usura te engolir. Ainda bem que eu não sou assim... Só um minuto, vou contar o dinheiro que acabei de ganhar...

Um comentário:

Marcela disse...

Pelo menos ta ganhando dinheiro pra gastar Nara.. Eu já to bem feliz soh por isso! hauahau

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