Ouvir
aquela música doeu aqui, mas acho que aconteceu porque estou doída, ou será
alguma mudança na lua? Talvez seja porque ontem acordei no meio da noite e o
silêncio envolveu meus pensamentos de forma estranha, os ponteiros do relógio
pareciam marchar e não simplesmente tictaquear. Batida forte que eu só pude
ouvir através do silêncio. O silêncio que você faz.
Diz
assim que eu sou uma cilada ambulante e eu vou incorporar qualquer erro,
qualquer coisa, qualquer papo, qualquer chatice, porque eu sou difícil mesmo e
digo sem querer dizer. Finjo ser brincadeira, finjo ser dor e acredito tanto.
Confundo. Aí erro de novo. Incrível a capacidade de se calar. Sangue frio
parece não correr aqui. E não é que eu faça assim tudo o que me dá na telha,
até porque a telha já foi há muito tempo. Eu quero desejo e ser também.
Algumas
coisas mudaram aqui ou vivem se aprontando para mudar, mas o sentimento é o
mesmo. A gente sabe a necessidade de trocar alguns móveis de lugar e deslocar
sentimentos pra lá e pra cá, só que tem coisa que por mais que se mude,
permanece alguma marca, uma sombra, a poeira, fica a parede desgastada.
Tentaremos passar uma tinta por cima, talvez resolva.
Pensava
que meu estrago fosse consequência do meu fazer, mas na verdade pertence ao
contrário. É causa da minha indecisão e não dizer.
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