sexta-feira, 8 de junho de 2012

Vinte e poucos anos



Dizem que o mês que antecede o aniversário é o chamado inferno astral. Se for verdade (eu acho que não, mas acho divertido pensar sobre isso), eu estava vivendo o meu até ontem. Coincidência ou não, coisa do destino ou não, acasos da vida talvez, as coisas realmente estavam confusas, sensíveis, problemáticas e angustiantes. Acho que era ansiedade minha, uma sede por vida nova, por uma renovação simbólica que partiria de mim mesma no dia do meu aniversário. Tenho disso, vivo querendo renovações. É que consigo enjoar-me fácil: mudo o cabelo, quero um sapato novo, digo que não farei mais isso ou aquilo. Uma enganação só, uma tentativa de fuga divertidíssima que traço comigo mesma a fim de escapar das amarguras que me meto.

Sempre gostei de comemorar meu aniversário, quando criança fazia minhas festinhas temáticas (princesa, palhaço, Barbie, junina) e realmente pensava que deveria sim ser um dia especial passado por brigadeiro e mais brigadeiros. E ainda sou assim, acredito que o dia é meu, acredito que posso tudo e mais um pouco, acredito que neste dia ouço apenas o que quero e sinto de forma maravilhosa uma energia nova que invade e transforma-se em sorrisos. Sinto também aquele querer bem que as pessoas podem demonstrar a mim, desejando coisas boas, dizendo parabéns e dando abraços – saiba, eu sinto quem faz de coração, eu sinto quem realmente deseja como quem quer proteger ou fazer algum tipo de carinho.

Eu até dancei nesse meu dia. Joguei meu corpo, fechei meus olhos, lancei-me contra qualquer tristeza ou lei. Lancei-me. E é tão gostoso perceber que por algum momento podemos não nos importar com nada ou ninguém e apenas dançar. O corpo diz, o corpo faz e os movimentos que estavam involuntários com certeza levaram-me a algum lugar distante no qual estava perfeitamente perdida. Quem disse que se perder é sempre ruim? Deixei que me perdesse. Às vezes até gosto de perder um pouco de mim e doar-me com todos os sentimentos que carrego.

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